Lentes de contato e ceratite microbiana: tudo o que você precisa saber para manter seus olhos saudáveis

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Você já passou pela experiência de ficar com os olhos vermelhos, coceira, irritação que parece ter algo no olho, e até mesmo uma pontinha de dor? Embora esses sinais visuais possam parecer simples, é importante tratá-los com cuidado. Frequentemente, adiamos a ida a um profissional na esperança de que a situação melhore por si só. Mas o que aconteceria se esses sinais indicassem, na verdade, um caso de ceratite microbiana?

 

Ceratite é o termo técnico usado para descrever o processo inflamatório que afeta a córnea, que é essa camada fina e transparente localizada na parte frontal do nosso olho. Conhecida igualmente por “ceratomalacia” e “queratite”, essa inflamação pode se manifestar por múltiplas razões, sendo predominantemente desencadeada por lesões ou infecções originadas por vírus, fungos ou bactérias. 

 

Sua manifestação pode ocorrer de forma unilateral, afetando apenas um dos olhos, ou de forma bilateral, comprometendo ambos os olhos de maneira simultânea. A ausência de um tratamento adequado é capaz de provocar uma série de problemas, incluindo lesões na estrutura afetada, inchaço e até mesmo resultar na redução temporária ou permanente da visão.

 

A ceratite microbiana pode ser desencadeada pelo uso inadequado das lentes de contato!

 

Na maioria das vezes, a origem da doença está associada a danos na superfície da membrana ocular. Contudo, é a utilização inapropriada das lentes de contato que se destaca como a principal fonte dessa inflamação. Outros fatores que aumentam as chances de ceratite, incluem desde lesões oculares, uso de corticóides até a diminuição da sensibilidade da córnea, olhos secos, tabagismo e um sistema imunológico enfraquecido.

 

Se você costuma reutilizar soluções de limpeza, recorrer ao soro fisiológico ou à água da torneira para higienizar suas lentes, não faça mais isso! É crucial agir com cautela, uma vez que bactérias, fungos ou parasitas podem se alojar nas suas lentes ou no estojo em que elas são armazenadas. Quando as lentes de contato são inseridas nos olhos, existe um risco real de contaminação da córnea, o que pode motivar o aparecimento da ceratite microbiana. E muitas vezes o culpado por essa transmissão é um protozoário minúsculo chamado acanthamoeba.

 

Vale ressaltar que o uso prolongado das lentes de contato é capaz de maximizar o risco de infecções. Por exemplo, a prática de adormecer com as lentes pode aumentar em até 15 vezes as possibilidades de desenvolver ceratite. 

 

Os sintomas podem aparecer cerca de 24 horas após o contato com a fonte de contaminação.

 

Quando essa inflamação acontece, ela costuma se manifestar através de uma série de sintomas distintos. Inicialmente pode haver uma perda gradual na clareza da visão, o que indica uma possível diminuição na capacidade de enxergar de maneira nítida. Além disso, é comum observar inchaço nas pálpebras, que podem ficar sensíveis ao toque, assim como uma sensibilidade aumentada à luz, o que pode resultar em desconforto quando exposto a ambientes mais luminosos. 

 

Outra característica frequente é a sensação de dor ou desconforto nos olhos, cuja intensidade pode variar. Os olhos também podem apresentar um aumento visível no fluxo sanguíneo, o que pode se traduzir em um tom avermelhado na região ocular. Lacrimejamento excessivo também é um sintoma recorrente, podendo levar à umidade constante nos olhos. 

 

Por fim, é muito comum sentir como se houvessem partículas granulares ou algo estranho nos olhos, o que causa irritação. Caso você perceba a presença de vários desses sintomas, busque assistência médica imediatamente para avaliação e tratamento adequado. 

 

O diagnóstico preciso da ceratite microbiana requer um exame clínico detalhado.

 

A ceratite microbiana é diagnosticada pelo oftalmologista, que avalia as preocupações do paciente e conduz uma investigação utilizando iluminação especial e uma lupa. A análise do histórico médico e dos resultados deste exame desempenha um papel fundamental na diferenciação entre as ceratites de origem infecciosa e outras causas.

 

Muitas vezes, são necessários exames complementares para uma avaliação mais abrangente. Quando há suspeita de ceratite infecciosa, é essencial realizar um teste de cultura da córnea por meio de uma amostra raspada, a fim de identificar o microorganismo responsável. Em determinadas situações, pode surgir a necessidade de realizar uma biópsia da córnea ou um exame especializado para detectar a presença de outros agentes, como o protozoário acanthamoeba e o vírus Herpes Simplex.

 

Isso ocorre devido às variações no tratamento e na progressão dessas condições. Com base nos resultados de análise inicial, o médico pode solicitar exames laboratoriais adicionais para investigar a eventual associação do quadro com doenças autoimunes, caracterizadas pelo impacto do sistema imunológico no próprio organismo do paciente.

 

O tratamento dependerá do tipo específico de microorganismo que deu origem à doença!

 

O tratamento para a ceratite microbiana varia conforme sua origem, seguindo a mesma abordagem adotada para qualquer problema ocular, ou seja, se a causa da inflamação foi uma bactéria, fungo ou ameba. Depois dessa análise, o médico oftalmologista poderá prescrever o tratamento apropriado para combater o microorganismo responsável, levando em consideração fatores como tamanho, profundidade da lesão, localização e progressão do quadro. 

 

Quando a doença é causada por vírus, o profissional de saúde pode prescrever antivirais, mas se a causa for uma infecção bacteriana, o tratamento envolverá o uso de antibióticos. Em situações ligadas a distúrbios autoimunes, corticóides podem ser prescritos para o tratamento adequado. Se você faz uso de lentes de contato, é fundamental se manter atento aos procedimentos de cuidado e limpeza. 

 

A ceratite pode avançar rapidamente e se não for tratada a tempo, há uma grande chance de causar danos irreparáveis à córnea. Nesse cenário, a restauração da visão só é possível por meio de um transplante de córnea. 

 

Hábitos diários que ajudam a manter os seus olhos protegidos ao usar lentes de contato:

 

Para prevenir a ceratite associada ao uso de lentes de contato, é aconselhável adotar uma série de medidas simples em sua rotina. Primeiramente, utilize as lentes apenas durante o dia e retire-as todas as noites antes de dormir, essa prática permite que os seus olhos respirem e se recuperem durante a noite. Outro ponto importante é garantir uma higiene adequada ao manusear as lentes. 

 

Certifique-se de lavar e secar as mãos minuciosamente antes de tocar nas lentes de contato. Essa precaução evita a introdução de sujeira ou bactérias nos seus olhos, minimizando o risco de infecções. Evite o uso de lentes ao nadar ou entrar em contato com a água, pois isso pode aumentar a probabilidade de contaminação e irritação. Essa medida é particularmente relevante, já que ambientes aquáticos podem abrigar microrganismos nocivos. 

 

Para manter a segurança e eficácia das lentes de contato, considere substituir o estojo a cada 3 ou 6 meses. Isso auxilia na prevenção do acúmulo de germes e bactérias, contribuindo para a saúde ocular. Adotar essas precauções pode fazer uma diferença significativa na prevenção da ceratite e no cuidado geral dos seus olhos.

 

A Central Oftálmica foca na qualidade de produtos e serviços, ressaltando a higiene e o uso adequado das lentes de contato. Se você as utiliza, adote as orientações do fabricante e visite regularmente um profissional para manter seus olhos saudáveis. Continue acompanhando o nosso blog para obter mais informações valiosas. 

Referências:
https://www.coa.com.br/ceratite-microbiana-e-lentes-de-contato-entenda-relacao/

https://olharcerto.com.br/doencas-oculares/ceratite-microbiana-relacao-lentes-de-contato/#:~:text=O%20olho%20humano%20%C3%A9%20formado,um%20v%C3%ADrus%20ou%20um%20fungo.
https://lenscope.com.br/blog/ceratite/

Fonte das imagens:

https://br.freepik.com/fotos-premium/jovem-mulher-caucasiana_8166980.htm#page=8&query=pessoa%20fazendo%20sinal%20de%20angulo%20de%20lente&position=48&from_view=search&track=ais

Autora: Beátriz Reis.

Revisão e publicação: Brunna Gambarini.

 

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